Fieb prevê reação da indústria baiana em 2019: 'expectativas são as melhores'
O presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), Ricardo Alban, apresentou nesta terça-feira (11) as expectativas para o setor industrial em 2019, tanto para o cenário nacional quanto para a Bahia. E as maiores esperanças de reaquecimento da economia nacional e local são a construção civil e as obras de infraestrutura.
De acordo com o último Relatório de Mercado do Banco Central, em 2019, a produção industrial brasileira deve ter crescimento de 3%, assim como é esperado para a Bahia. Neste ano, os números foram menores – 2,2% no cenário nacional e apenas 1% no estado.
Para Alban, “todo início de ano é positivo e as expectativas são as melhores possíveis, mas essa projeção do Banco Central só o tempo poderá dizer se vai se concretizar. É o que todo mundo quer”.
Segundo Alban, o Brasil continua na média das economias emergentes, sendo esperado que suba algumas posições, para ficar atrás, apenas, de China e Índia, com a manutenção da inflação em 4,1%. No entanto, o presidente da Fieb ressaltou que tudo isso depende de como se comportará o mercado internacional.
Perspectivas para a Bahia
Os estados brasileiros têm enfrentado, nos últimos quatro anos, uma crise econômica e política de grandes proporções, o que causou impactos no setor industrial. Por esse motivo, a aposta da Fieb é que a construção e a infraestrutura alavanquem a economia e a produção estadual, contribuindo para a redução do desemprego.
“Isso envolve decisões de política e de governo, de criar ações de financiamento internacional, estimulando a geração de obras e, consequentemente, de emprego, nos setores de energia, estrada etc. É uma geração de emprego por estratégia de governo, que não tem nada a ver com política partidária", observou Alban.
Segundo dados do IBGE, até o terceiro trimestre o setor de construção civil foi responsável por criar 466 mil empregos durante o terceiro semestre de 2018 - número superior aos 459 mil empregos gerados pelo setor no mesmo período do ano anterior. Contudo, o presidente do Sindicato da Indústria da Construção do Estado da Bahia (Sinduscon), Carlos Henrique de Oliveira, a Bahia perdeu teve uma baixa de 2580 empregos formais no setor durante os últimos 12 meses.
O dirigente, no entanto, destacou que nada depende apenas de uma esfera de governo. “É um trabalho conjunto, que envolve os governos federal, estadual e municipal, bem como o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. Ninguém faz nada sozinho”, afirmou. A visão é compartilhada por Carlos Henrique de Oliveira, que concedeu entrevista ao CORREIO por telefone e afirmou que além do trabalho em conjunto entre os poderes, é necessário que todos cooperem para atrair investimento da iniciativa privada para o estado - de forma a gerar mais empregos e sustentabilidade no setor.
Quem também acredita no crescimento da construção civil desde que aconteçam investimentos no setor é Cláudio Cunha, presidente Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (Ademi-BA). O empresário explica que a construção civil é uma das indústrias que tem a maior capacidade e velocidade de contratação de mão de obra direta, indireta e com as mais distintas qualificações, além de ajudar no aumento da produção de outras indústrias como de materiais de construção, elevadores e comércio.
“O Brasil precisa melhorar a sua infraestrutura, atender a demanda habitacional e concluir milhares de obras paralisadas, e para isso conta com a indústria da construção civil, que está pronta para atuar”, garante Cunha.